A população brasileira com mais de 50 anos vai movimentar R$ 3,8 trilhões em consumo até 2044, o equivalente a 35% de todo o consumo privado do país. 3k4431
É o que revela a pesquisa “Mercado Prateado: consumo dos brasileiros 50+”, conduzida pelo hub Data8.
O levantamento dimensiona, pela primeira vez, o impacto econômico da chamada economia da longevidade no Brasil, com recortes por classe social, faixa etária e região.
Conduzido pelo Data8 com base em microdados públicos e metodologia econométrica validada internacionalmente, o estudo oferece uma visão inédita do comportamento de consumo da população 50+.
Em 2024, esse grupo já foi responsável por R$ 1,8 trilhão em consumo privado, ou seja, 24% do total nacional.
A projeção é que, em duas décadas, essa participação cresça para 35%, impulsionada pelo rápido envelhecimento populacional e por uma maturidade financeiramente ativa: 76% dos brasileiros 50+ são a principal fonte de renda da família.
A pesquisa mostra que o padrão de consumo varia conforme a renda:
Classe A: foco em transporte, alimentação, habitação e saúde.
Classe C e D: habitação e alimentação consomem a maior parte da renda.
A saúde representa até 21% dos gastos para quem tem mais de 80 anos.
Enquanto os maduros com mais renda diversificam seu consumo, os de menor renda enfrentam o “custo da longevidade”, com prioridade nas necessidades básicas.
A análise por região mostra diferenças importantes:
Centro-Oeste: maior consumo per capita (R$ 1.941/mês), com destaque para transporte.
Sudeste: saúde é o maior item da cesta (R$ 293/mês).
Sul: transporte lidera o consumo (R$ 328/mês).
Norte e Nordeste: consumo menor e concentrado em alimentação e higiene.
Hoje, 27% da população brasileira tem mais de 50 anos. Em 2044, serão 40%.
O Brasil, que levará apenas 20 anos para duplicar essa fatia da população, é considerado um dos países com envelhecimento mais acelerado do mundo.
A pesquisa integra o projeto Brasil Prateado, que prevê uma série de estudos para aprofundar o entendimento sobre as transformações demográficas e seus impactos nos mercados e políticas públicas.
O consumo dos 50+ é mais concentrado em necessidades básicas: habitação, saúde, transporte e alimentação.
Setores pouco adaptados a esse público: vestuário, educação, turismo e higiene pessoal.
54% não se sentem representados pela mídia ou pelas marcas.
A economia prateada é uma das que mais crescem no Brasil e no mundo.
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Consumo: estudo mostra como realidade econômica impacta decisões