Apesar de, muitas vezes, deixada de lado, a classe D vem apresentando um crescente potencial de compra a ser explorado pelas marcas. 49204f
Além de representar uma parcela significativa da população brasileira, através de uma análise aprofundada de seu perfil e necessidades, as empresas podem encontrar uma oportunidade estratégica de atender suas necessidades levando em conta suas dores e desejos – a enxergando não como uma dificuldade, mas como uma nova possibilidade de expansão e impacto nas vendas.
Segundo mostra o CEO da iOBEE – Agência de Marketing Digital e Tecnologia, Renan Cardarello, uma pesquisa realizada em 2024 pela Tendências Consultoria, foram apresentados números recentes relacionados às classes sociais e suas predominâncias em relação à população brasileira.
Cardarello observa que, apesar do poder aquisitivo da classe D ser bem menor do que as outras, esse grupo compõe 49,9% dos domicílios – ou seja, quase metade da população do Brasil recebe até R$ 3.400,00 mensalmente – algo capaz de se tornar uma grande oportunidade para marcas que buscarem focar nesse grupo, se souberem construir essa estratégia com assertividade.
Ele lembra que um ponto importante nesse sentido é que, apesar desta classe social geralmente possuir um ticket médio mais baixo em relação às outras, seu número é vasto. E isso abre oportunidade para a lucratividade através da venda de altas quantidades de produtos.
Acompanhe, a seguir, as dicas do CEO da iOBEE para ter sucesso com esse público.
Uma pesquisa com dados da Brand Footprint e levantamento elaborado pela Kantar mostra as principais marcas que entram nas casas dessas pessoas: Ypê, Maratá, Vitarella, Coca-Cola, Colgate, Soya, Nissin, Italac, Sorriso e Tang.
Através de uma rápida observação das marcas apresentadas acima, é possível notar que várias delas pertencem ao âmbito de alimentação ou limpeza. E mais importante: nenhuma delas foca nessa classe social em específico, e aqui entra a oportunidade para novas marcas.
Novas empresas que coloquem esses indivíduos em foco, tanto para a criação do produto – levando em conta as dores e desejos dos consumidores – quanto para sua comunicação, assim possivelmente conseguirão uma penetração de mercado positiva ao longo do tempo.
Algumas das estratégias que podem auxiliar nesse trabalho de comunicação exclusiva com a classe D incluem:
– uma comunicação simples junto a um benefício claro, apresentando claramente o diferencial que o produto traz, porque é nisso que os consumidores desse grupo focam;
– utilização de canais nos quais esse público frequenta diariamente;
– e estratégias de indicação e vantagens, criando um sistema de indicação boca a boca, uma forma de marketing muito poderosa dentro do atual panorama em que pessoas são impactadas por anúncios de muitos produtos e, por vezes, acabam se decepcionando com a qualidade real do que foi exibido anteriormente.
O posicionamento da marca como uma companhia que entende o cotidiano e dificuldades da classe d também é essencial nesse sentido, buscando criar um vínculo genuíno com os consumidores; além de, claro, um plano de marketing de influência através de UGCs ou colaborações com indivíduos que possuem a atenção e apreciação da comunidade.
Apesar de pesquisas recentes apresentarem o insight de que a geração Z não possui “marcas queridinhas”, a entrega de valor constante e a comunicação voltada em específico para esse público-alvo garante um diferencial claro em relação às marcas já estabelecidas.
E, como deve ser lembrado, a geração Z está chegando no mercado de trabalho e se tornando decisores no que tange a produtos para seus lares; o que evidencia como a penetração de mercado se torna mais fácil ao acertar no preço e comunicação com essas pessoas.
Dessa forma, novas marcas que desejam crescer de maneira sólida no mercado brasileiro devem olhar para a classe D não apenas como uma oportunidade numérica, mas como um público com demandas específicas, aspirações próprias e potencial de consumo em massa a ser explorado.
Estratégias que combinem autenticidade, ibilidade e comunicação direcionada podem ser o diferencial necessário para transformar essa fatia majoritária da população em uma parceira de crescimento e fortalecimento de marca ao longo dos próximos anos.
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Millennials e Geração Z: como a tecnologia interfere consumo